21 maio 2009

ALMA MINHA GENTIL, QUE TE PARTISTE


Photobucket

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente
Repousa lá no céu eternamente
E viva eu cá na terra descontente.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te

Roga a Deus que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.


Este soneto é um dos mais famosos da língua portuguesa
Foi escrito por Luís Vaz de Camões, dedicado à sua falecida amada Dinamene

2 comentários:

  1. Este soneto de Camões tive que o decorar na EICA quando por lá andei há muito tempo. É lindo!
    A imagem das barraquinhas da praia está fantástica!!! Adorei!!!
    Desculpa a ausencia, mas tenho evitado estar sentada, para não prejudicar o "safado" do joelho, e evito ler mensagens, porque acabo por estar horas aqui.
    Um grande beijinho.
    Ana paula

    ResponderEliminar
  2. É! Realmente Camões sabia encantar - sabe ainda, saberá sempre.

    Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
    Quão cedo de meus olhos te levou.

    Que perfeccionismo! Não há nada sobrando nem faltando nesses versos! É o limite da língua portuguesa!

    Um abraço!

    ResponderEliminar