25 abril 2009

PERSONALIDADES AVEIRENSES





DAQUI A MINHA HOMENAGEM A ESTE GRANDE HOMEM DA NOSSA CIDADE NESTE DIA 25 DE ABRIL DE 2009

Dr. Mário Sacramento, nasceu em Ílhavo no dia 7 de Julho de 1920
Era um humanista, marxista moderado, anti-fascista e ensaísta.
Faleceu a 27 de Março de 1969, quando preparava a realização do II Congresso Republicano em Aveiro.
Cedo se revelou um escritor exímio, um aluno brilhante e um combatente pela Liberdade.
Foi preso pela P.I.D.E. pela 1ª vez aos 17 anos, juntamente com o Dr. Álvaro Seiça Neves e o Dr. Lúcio Vidal, todos com a mesma idade, por causa de uns escritos publicados no jornal do Liceu que frequentavam.
Ter sido preso e interrogado tão duramente com apenas 17 anos, foi muito marcante para ele. A partir daí começou a dedicar-se à actividade política na oposição ao regime fascista de Salazar.
Um ano depois de ser preso pela 1ª vez vai para Coimbra estudar medicina mas é em Lisboa que acaba de se formar. Na capital casa-se com a professora Cecília Marques da Maia, Aveirense, ex-colega do liceu e futura escritora, com a qual teve 3 filhos, o Rui, a Clara e uma menina que haveria de morrer à nascença.
Anti-fascista fervoroso, Mário Sacramento esteve preso várias vezes nos cárceres da P.I.D.E.
Mário Sacramento era escritor e leitor compulsivo, o que lhe roubava muito tempo, inclusive o tempo de dormir o que lhe prejudicou bastante a saúde. Tinha uma coluna semanal no Diário de Lisboa e para a escrever da melhor forma, tinha de ler imenso durante a semana toda. Lia um livro por dia e tinha uma biblioteca actualizadíssima em termos do que se passava no mundo. A literatura e a conquista pela liberdade foram a sua grande paixão.
Acabou por falecer com um aneurisma e cansadíssimo por trabalhar demais,antes da "ABRILADA" que ajudou a criar.
Era um humanista e um marxista convicto.
Era um homem que procurava os consensos, gostava da unidade e era um líder nato. Conseguia congregar à sua volta desde republicanos, velhinhos, até comunistas ferranhos e não olhava a esse tipo de partidarismos para conseguir as coisas. Conseguia reunir as pessoas e incentivá-las para realizar o trabalho que era preciso fazer.

Aqui deixo a minha homenagem a este grande homem da nossa cidade que lutou com todas as suas forças pela Liberdade, pela Democracia e por um futuro melhor para PORTUGAL.

Fonte: Extractos de uma entrevista feita à sua filha Clara Sacramento publicada na internet

Resumo de Céu Vieira

3 comentários:

  1. Querida Céu,

    Uma homenagem merecidíssima a uma personalidade da sua cidade, um grande lutador pela democracia e liberdade.
    Um grande beijo para a senhora e seu marido, com votos de bom resto de Domingo e uma semana cheia de paz.

    Milouska

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  2. Parabéns querida Céu pela tua homenagem a este homem Aveirense com H maiúsculo, destemido, e lutador pela liberdade até ao fim.
    Não o conheci pessoalmente, mas no dia em que levaram o meu pai, o Senhor Gravato (o tal marido da senhora de Vagos que falei), o senhor Antero (da VA), o Cesário (que foi para Brasil) dos outros dois, já não me recordo dos nomes, (também só tinha 5 anitos e o meu pai não queria que eu lhe perguntasse nada, ficava apavorado e dizia que esses assuntos não eram da minha conta), também levaram o Dr. Mário Sacramento e outros Senhores de Ílhavo.
    Este homem defendia eleições livres, e era a favor da candidatura do "General Sem Medo" Humberto Delgado. Numa dessas sessões na escola da Chousa-Velha, o meu pai e os tais colegas foram assistir por curiosidade. Todos os que lá estavam foram até Coimbra no mesmo dia.
    A Cecília Sacramento foi minha Professora de Português na EICA, mas nunca falamos desses assuntos.
    Parabéns pela fantástica reportagem!!!
    Beijinhos muito grandes,
    Ana Paula

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  3. Obrigada querida Ana por mais estas informações.
    Tiveste o previlégio de ser aluna da esposa do Dr. Mário Sacramento? Muito bem...ela diz que era muito bonita e vê-se na foto. O meu marido conheceu-os pessoalmente. Sabes que o meu marido também era do contra, e é...! Ele sabia onde ele se escondia para preparar os trabalhos dele e onde lhe tinham de ir levar a comida! Eram tempos tenebrosos...! Foi um grande lutador e eu não podia deixar passar o 25 de Abril sem o homenagear. Já andava com essa ideia à tempos e achei que era a hora certa.
    Foi pena ele não ter visto a revolução...mas, a vida é assim, morreu com um aneurisma.
    Beijinhos querida e boa noite

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